domingo, 1 de março de 2009

E DA-LHE CAGADAS!



Volta e meia a gente se surpreende fazendo algo completamente inacreditável. É o tipo de coisa que a gente faz e, no minuto imediatamente posterior a gente pensa: "Não acredito que eu fiz isso!". É algo instantâneo, porém irremediável: a famosa cagada. Quando a gente se lembra de uma cagada, mesmo que seja muito tempo depois, a gente fica com vergonha, às vezes até enrubesce (sc?) e faz uma careta só de pensar que foi capaz de fazer tal barbaridade. Às vezes, até mesmo quando outra pessoa faz uma cagada, a gente fica com vergonha pela pessoa.

Quando eu estava no jardim de infância, (sim, eu me lembro de quase tudo naquela época, principalmente do "A" que eu sempre fazia de cabeça pra baixo) minha professora, a tia Vera, propôs uma atividade para o dia das mães: cada criança trouxe um copo de vidro para a aula e desenhou sobre ele com tinta especial. O copo seria um presente personalizado para as mães. Alguns dias antes da data, minha mãe estava falando comigo e eu contei a ela algo sobre o copo. Depois, dei-me conta do que tinha feito e comecei a chorar, dizendo que tinha estragado a surpresa. É claro que minha mãe falou que não havia ouvido nada, que não sabia do que se tratava e fingiu a maior surpresa no dia das mães. Mas fiquei tão envergonhado...
Outra vez, quando eu estava na quarta ou quinta série, não tenho certeza, escrevi em um caderno: "Eu gosto da fulaninha" ou "Eu amo a fulaninha". Acabei perdendo o tal do caderno, sabem, sempre fui muito desastrado mesmo. O caderno foi parar nas mãos de um colega muito pentelho, que o mostrou para metade da escola. Pronto! Eu quis me enterrar num buraco, nunca mais aparecer na aula, etc, etc. É muito estranho que toda a vez que eu me lembro disso, a sensação de "Eu não fiz isso..." é a mesma.
Uma vez, numa gincana da escola, uma tarefa exigia que o grupo fizesse uma encenação de um circo. A tal da encenação tinha ficado sob a responsabilidade de pessoas que acabaram desistindo e, no fim, acabei assumindo na última hora. Resultado: porcaria. No momento da apresentação, ninguém sabia o que fazer, ficamos todos perdidos em cima do palco. Para piorar, eu tinha assumido o papel de palhaço do circo. E o que era para ser engraçado acabou sendo extremamente ridículo.
Quando eu, minha irmã, o Alex e a Rebeca fomos ao cinema no início do ano passado, aproveitamos para comer algo no shopping. Na praça de alimentação, as mesas ficam todas próximas umas das outras. Alguém lembrou de uma piada e, como se sabe, é impossível contar uma piada sem lembrar-se de outra. Então resolvi contar algumas piadas que eu havia ouvido recentemente: piadas racistas. Para mim, elas eram extremamente engraçadas, e por isso eu falava alto e com a maior empolgação. Quando olho para o lado, uma moça negra se levanta e troca de mesa. Depois desse dia, passei a não conseguir tolerar mais nenhum tipo de piada preconceituosa. Só em pensar, fico constrangido.
Enquanto eu escrevo isso aqui, faço várias caretas de vergonha. Não só por relembrar todas essas coisas, mas também porque essa semana fiz uma das grandes. Que baita cagada! Sim, a responsabilidade foi minha pelas várias coisas inacreditáveis que fui capaz de fazer e dizer(inclusive trair a confiança das pessoas). Não consigo deixar de me sentir envergonhado.
Eu sei, essa sensação ruim logo passa. Mas sei também que a confiança demora um pouco mais para cicatrizar, por mais que me tentem convencer do contrário. Olhando pelo lado positivo, fica a lição: não custa nada pensar mais um pouco antes de tomar uma atitude inconsequente ou falar algo impensado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá meu bobo!!! rs

è bom fazer besteira, ter histórias boas e engraçadas para se lembrar e rir um mocado...
Porém, não se brinca com a confiança das pessoas, vidro é dificil de ser consertado...
Sabe q te adoro e espero que esteja tudo bem por ai...
Apareça estou lhe esperando!!!

Bjim

Louise

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