domingo, 27 de setembro de 2009

E se eu fosse um gatinho...?




Médico e louco só um cura o outro, e acho por isso só tenho um pouco de louco para me curar sozinho. Certa vez quis me curar sem asas de um mundo com peso de pequenos problemas, medido em contas vencidas, amores perdidos, um time de pernas de pau e de gente sangrando e morrendo por ae. A bula estava lá, esticado como uma segunda-feira, no sofá: o gato vivendo a sua felina vida sem contrariedades – desejei ser um. Ser um gato de verdade, daqueles que miam. Daqueles, como se diz por ai: têm sete vidas – porque gato de ser bonito, isso já sou ( quanta pretenção...)!Ser gato de me ir por aí, noites sem muros, sem escuros, ronronando a atrair outros felinos, sabendo amar até de arranhões. Ah, uma vida a bel-prazer, uma vida que se caísse em qualquer circunstância de queda, seria de pé, sem sentir a dor da falta de autoconfiança. Mas como tudo que passa, demovi-me da idéia de ser bichano. Considerei, e se me castrassem? Há gentes que são cruéis com os animais. Sabe como é, gato que não é inteiro só tem prazer em comer rato. Não quis ser gato mais... Vai que a minha dona é a Chica!

Mas não sou louco e nem vou dizer por aí que estou feliz. É que quando a gente quer ser bicho a razão já não serve mais pra nada?

Não me digam que é melhor encarar a vida de cara, tête-à-tête, sem farmácia e fantasia, porque não se trata de enfrentar a vida – é a morte que se encara – não é o coitadinho do bicho papão que se tem pela frente.

Não se pode ser gente em lugar que se mata até os sonhos das crianças. Porque ser gente não existe coisa melhor. Melhor do que ser bicho que voa de bem perto para bem longe, porque gente tem sonho.

Não há nada mais belo do que ser gente na melhor acepção da palavra: gente que não rouba do erário público, que não escandaliza no senado, que não emprega parente, que não falta com o respeito. Gente que não é brega e subdesenvolvida como aqueles que puxam saco dos poderosos, aqueles que não trabalham e recebem, que xingam no trânsito, gente que não está nem aí e maltrata bichos.

Eu por mim nunca vi nada mais belo do que gente simpática que pede desculpas no trânsito e gente que dá bom dia pro porteiro. Eu fico apaixonado e feliz uma semana inteira e até mais quando vejo gente assim de verdade.

Para os que ainda não são, abraço do Zerk pra vc!!!!

ps. E visitando meu “marido” (calma Dan, toh falando do you tube. rs...) a umas três semanas atrás, me deparei com isso aqui:

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Seria culpa do vôlei, do suor ou da cevada? Ou seria culpa do bolo salgado? ahahahahahahahaha...

"You're just too good to be true,
Can't take my eyes off of you".
rs... ( existe coisa mais brega?)

"...I love you baby, and if it's quite all right,
I need you, baby, to warm the lonely night.
I love you, baby, trust in me when I say:
Oh pretty, baby don't bring me down I pray,
Oh pretty baby, now that I've found you, stay,
And let me love you, baby, let me love you."



segunda-feira, 14 de setembro de 2009

e eram muitas histórias... muitas...


Ele tinha histórias para contar. Muitas histórias e estórias...
Eram muitas, muitas... Ele tinha uma dor. Ela era grande. pesada.
Ele não Chorava mais, o poço, a famosa fábrica do liquido salgado tinha secado. Era deserto. Ele também tinha um coração, coração esse que tem hora e dia para finalizar suas atividades. E elas eram muitas, (são muitas) muitas... olá. Tem alguém ae? E quem o via tomando porrada da vida tinha grandes dúvidas de que ele viesse a se manifestar. Ele também tinha muitos livros, milhares de discos, mas só conseguia folhear e ouvir as batidas desenfreadas de seu coração. Ele tinha um coração, acompanhado de medos, muitos medos... medo de perder aquelas batidas desgovernadas. E se alguém perguntar no que ele acreditava, diga que em Deus, mas só de vez enquando. Se alguém perguntar se ele sonhava, diga que sim, pois eles, os sonhos, podem se tornar reais se postos em prática.
E se alguém perguntar se ele era assim, diga que sim, sem tirar nem pôr! E se alguém perguntar se ele amou...

*“Que eu amei o perdido
O que deixava confundido este coração.
Nada pode o olvido contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas muito mais que lindas,
viveram e ficaram”

* Citação do poema “memória” de Carlos drumond.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

ever felt like this before?




immune...


please
do not splurge
I know this harangue
flip the disc
slam the door

- Have closed every pore --

replace the arena
were pearls
and stored
to shine
in another scene...

Maurício Zerk


P.S. "Is there anything better than a disappointment?! Not that it cleanses us of illusions invested in the rescuers?!"

p.s. (parte 2) Get ready for more frozen dinner of your life, baby, for I have things I never take you to the grave! rs...


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Encontrei um amigo agora de manhã e ele me perguntou: "E agora, José?"



há uma grande angústia comendo meu coração. ela mora nas entranhas e não sabe por que nasceu. ela só sabe que existe para devorar e cuspir em lágrimas. ela é uma grandessíssima idiota, imprestável -- mas não posso dizer isso em voz alta. temo que ela se magoe com minha opinião adversa e resolva me castigar ainda mais. na realidade, nem é assim tão complicado conviver com ela e sei também que ela não é irremediável, mas não tenho ainda uma informação concreta sobre como vencê-la. coitada, ela não tem culpa de ser o que é e fazer o que faz. talvez eu nem devesse querer me livrar dela. o que será dessa angústia por aí, sozinha, sem mim? ela, acostumada a alimentar-se de mim, pode morrer de fome. no fundo, ela é minha angústia de estimação, que cultivo diante das dúvidas desta existência, da aparente falta de sentido para tudo (nascemos para morrer?), dessa vontade que nunca se concretiza de fazer algo transformador, dessa sensação de precariedade que a vida encerra. se tudo vai mesmo se extinguir, por que tanta preocupação? de onde nasce essa angústia que já sabe que vai morrer? não sei e sei que não vou saber agora, porque já está tarde, quase 4 da madrugada, e isso não é hora de gente que trabalha cedo ter angústia. vou levá-la a dormir comigo agora, na minha cama quente de lençol térmico. minha angústia me atormenta, mas eu a trato muito bem. boa noite.

***