quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Oxalá OXAGUIÃ



Suas armas (Ferramentas símbolos) são: espadas (sabre), Ofá (arco e flecha), Atori (Vara), PolvarimEscudo e mão de pilão (seu maior símbolo);
Suas CoresBranco e azul-claro;
Seu dia de devoção: Sextas-feiras;
Sua comida: é a canjica branca com oito bolas de inhame por cima;
Seu MetalPrata e metais brancos;
Suas contas são: brancas intercaladas de azul claro;
Sua festa: Pilão de Oxaguiã (festa dos inhames novos);
Seus elementos: O Ar e a Atmosfera;
Saudação:Exêu epa bàbá!!!


Feliz Natal!!!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Dez anos sem Cássia Eller ganham 1ª relíquia

Dez anos sem Cássia Eller ganham 1ª relíquia

E-mailImprimirPDF
Às vésperas dos dez anos da morte de Cássia Eller, chega às lojas o CD “Relicário — As Canções que o Nando Fez pra Cássia Cantar”, primeiro lançamento da gravadora Universal em torno da data redonda (que é 29 de dezembro). O álbum traz a faixa inédita “Baby Love”, vetada pelo empresário de Cássia  durante as gravações do disco “Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo”.
“Tinha feito uma canção com uma quase vulgaridade”, revela Nando Reis, autor das letras e produtor de “Relicário”. “Cássia e eu achávamos certa graça, mas o Leo Netto, empresário dela na época, vetou: ‘Essa música é muito vulgar’. A versão que lançamos agora foi tirada de uma demo para o disco. E (nas gravações adicionadas à voz e ao violão originais de Cássia) tem o charme de contar com a percussão de Chicão (filho da cantora).”
O disco traz outras duas gravações inéditas, duetos com Nando, cantadas por Cássia apenas em um show para um programa de rádio: “Um Tiro no Coração” e “As Coisas Tão Mais Lindas”. Os três aperitivos do álbum, que antecede a chegada, no dia 22, de uma caixa com nove CDs e um DVD de Cássia com material já lançado, sugere a pergunta: o baú da cantora ainda guarda algo inédito que mereça ser conhecido?
Há ao menos um tesouro nos arquivos. Em 2001, Cássia fez no Citibank Hall (na época, ATL Hall) uma rara apresentação de voz e violão, pelo projeto “A Luz do Solo”. Cantou um repertório livre, que passava por canções de seus discos e de artistas como Beatles (“Eleanor Rigby”), Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown (“Doce do Mar”) e Caetano Veloso (“Diamante Verdadeiro”).
“Em ‘Diamante’, ela brinca tentando imitar a Bethânia (que lançou a música), erra e volta ao início”, lembra Ronaldo Villas, empresário de Cássia. “Ela relutou muito em fazer o show, não gostava de estar sozinha no palco.” A Universal já trabalha para fazer um DVD do show.
Outro CD que a gravadora tem na mão é o “If Six Was Nine – Victor Biglione e Cássia Eller in Blues”, pronto desde 1992, com clássicos do blues cantados junto ao guitarrista Biglione.
Livros prometem revelar intimidade da cantora
Além das gravações inéditas, Cássia Eller terá sua intimidade revelada por dois livros em produção. Felipe Casqueira, sócio de Ronaldo Villas como empresário da cantora, escreve “Nua e Crua”, que narra sua relação com a artista desde o início dos trabalhos até a morte dela.
Já Nando Reis propõe outra abordagem, mais poética. Ele prepara um livro — “vai sair um dia”, garante — com as cartas que escreveu para Cássia e as histórias de cada música que compôs para ela. Seu projeto ainda prevê um CD encartado, com fragmentos de gravações de shows, momentos da amizade, tudo extraído de fitas guardadas por ele e amigos. O CD “Relicário”, lançado agora, era originalmente parte do projeto. “‘All Star’ fala ‘daquela conversa que não terminamos ontem’ porque virávamos madrugadas em papos loucos, que não acabavam”, lembra Nando. “Tenho uma conversa dessas gravada, ela entrará transcrita no livro.”
Fonte: Rede Bom Dia




terça-feira, 8 de novembro de 2011

Madonna - Give Me All Your Love - baixar




Depois de quatro anos de silêncio musical, chega ao fim a espera: os fãs já podem ouvir Give me All Your Love, primeiro single do  12º disco de Madonna. Em tom parecido com os hinos das animadoras de torcida, a rainha do pop volta com versos fáceis e refrão pegajoso.


Apesar de ter se espalhado hoje pela internet, a canção tem lançamento previsto para fevereiro de 2012; a versão divulgada hoje pode ser um rascunho. É possível que o vazamento da música, produzida por Martin Solveig, não seja mero acidente, mas parte da estratégia de promoção do primeiro disco da norte-americana em quatro anos, ainda sem nome definido.

O surgimento da canção na internet ainda não foi esclarecido pela equipe da artista, o que pode gerar a impressão de que um fã ousado teve acesso ao material. Entretanto, é bom lembrar que incidentes como este ocorreram nos meses que antecederam os trabalhos mais recentes da rainha do pop, como as misteriosas prévias de Hung Up antes do lançamento de Confessions on a Dancefloor (2005) e o vazamento não-oficializado do single 4 Minutes nos dias de espera por Hard Candy (2008).

A estreia oficial de Give me All Your Love acontecerá em performance durante o Superbowl, evento esportivo mais assistido nos Estados Unidos. Cogita-se a participação da cantora M.I.A. e da rapper Nicki Minaj no espetáculo. Com produção dirigida por William Orbit, parceiro de Madonna em Ray of Light, o próximo álbum deve contar ainda com colaborações de Benny Benassi.

O audio para download está 100% melhor.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Cecília Meireles




EU CANTO PORQUE O INSTANTE EXISTE
 E A MINHA VIDA ESTÁ COMPLETA.
 Ñ SOU ALEGRE NEM SOU TRISTE: SOU POETA.
IRMÃO DAS COISAS FUGIDIAS, Ñ SINTO GOZO NEM TORMENTO. 
ATRAVESSO NOITES NO VENTO, SE DESMORONO OU SE EDIFICO,
 SE PERMANEÇO OU ME DESFAÇO 
---Ñ SEI, Ñ SEI...  Ñ SEI SE FICO OU PASSO.
 SEI QUE CANTO. E A CANÇÃO É TUDO!
TEM SANGUE ETERNO A ASA RITIMADA. 
E UM DIA SEI QUE ESTAREI MUDO:
MAIS NADA!!!

C. Meireles

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Entrevista com o músico Maurício Zerk

Conheço muita gente do meio musical aqui de Salvador, mas nunca recebi muita atenção pelo fato de não ser famoso ou muito comentado. Um bando de falidos que não grava nada e que quando grava, faz merda.” (M.Z.)

Por Elenilson Nascimento

Depois de meses esperando essa entrevista, sob os braços, o rabo e bênçãos de Iemanjá, enfim, o músico baiano Maurício Zerk tomou coragem para esse bate papo aqui no LC. Ele se considera um autodidata, gravou a primeira demo em 2004 com a banda Via Dupla, já participou de vários festivais de música e também já fez parte de várias bandas de rock em Salvador, além de participar da antologia “Poemas de Mil Compassos” (2009) e ter lançado o excelente álbum “Agosto”, em 2010.

Avesso à imprensa, o cantor e compositor contou um pouco como tudo começou, as influências, a mudança em sua vida depois do ótimo disco “Agosto” e seus singles cheios de covers de John Lennon e Madonna, apesar de ter se recusado a responder várias perguntas. Mas ainda tivemos tempo para falar sobre o processo de composição, internet, fãs e sua timidez.

Zerk ainda abriu o jogo sobre as suas parcerias, soltou o verbo contra a mesmice que infesta a capital baiana, contou mais sobre o seu último trabalho "Eu Me Repito Muitas Vezes e Te Comovo Muito Mais", com uma mistura de pop e rock – baixe aqui –, que resultou num disco autobiográfico. Divirta-se, imperdível para os fãs de rock de boa qualidade e de conversas descontraídas.

Elenilson – Fale um pouco desse conceito que envolve esse novo álbum principalmente sobre o tema das faixas "Descontínio" e "Para não sentir".


Maurício Zerk - Trata-se de um conjunto próprio de concepções. O disco é sobre amor, sobre o que melhor sei dizer, sobre o cotidiano... Não existe nada muito específico. Dei prioridade à sonoridade. Para mim é fundamental se criar bons arranjos que, na maioria das vezes, acabam ofuscando as letras, ainda mais no meu caso que não escrevo tão bem assim.


Elenilson – A introdução da música “1993” é perfeita. Essa música fala de sonhos, ou melhor, da falta deles. Essa canção é autobiográfica?


Maurício Zerk - Sim, o disco é autobiográfico. Tudo que escrevo é. Cada verso é uma parte de mim, um evento, um acontecimento. "1993" fala sobre o encontro com a vida, relata uma busca desesperada por um amor confuso que se foi. Eu tinha acabado de reatar de um relacionamento falido e fomos juntos para o estúdio nesse dia finalizar as vozes... e na viagem acabei mudando a letra da música.


Elenilson – “Morrer de amor ao pé da tua boca...” Está apaixonado Maurício?


Maurício Zerk - Não necessariamente. Essa letra é da Maria Tereza Horta e foi amor a primeira visão. Estava com a música pronta e não conseguia escrever nada e escolhi essa letra da Maria porque a acho uma poetisa de mão cheia. É minha predileta. Foi feita no susto, em 5 minutos.


Elenilson – Algumas músicas de "Eu Me Repito..." mostram bumbos e até harpa e um peso que eu diria que torna esse disco mais maduro do que o seu anterior. Tem umas músicas pesadas e cheias de veneno que faz lembrar os bons tempos do Angra. Você concorda com isso? Teria sido apenas uma boa influência nesse novo disco?


Maurício Zerk - Bom, o meu som é reflexo do que ouço no dia-a-dia. Existem várias influências nesse disco. Tive mais tenho para terminá-lo do que o disco anterior que foi feito em apenas três meses. Ouço de tudo que você possa imaginar. Do Chico Buarque ao samba-reggae do Ilê Ayê. Da Madonna ao som indie e maravilhoso da PJ Harvey que é uma das minhas maiores influência, então, quando vou compor e criar involuntariamente acabo criando um estilo próprio. Nunca me apego ao um estilo ou som específico. Crio.


Elenilson – Porque “Boas Novas”, do Cazuza, foi escolhida para ser apresentada ao público antes do lançamento do disco? Você acha que ela resume a sua nova fase, algo como um carro-chefe?


Maurício Zerk - Sempre gostei do Cazuza, cresci ouvindo seu som desde a época do Barão. Muita gente não gostou da minha versão, mas eu a adoro. Escolhi como carro chefe simplesmente pelo fato de ser uma canção bonita e para homenageá-lo.


Elenilson – Como está sendo a resposta às novas músicas, principalmente pessoas da imprensa?


Maurício Zerk - Nossa, eu não imaginava que as críticas ao disco seriam tão empolgantes. Até agora só li boas críticas. Claro que existem sempre um e outro que torce o bico, que me chamam de maluco por fazer um som tão indie nessa cidade que valoriza tanto outros estilos musicais. Mas não me apego a esses comentários e críticos desocupados.

Elenilson – Como foi trabalhar com um cara antisocial e difícil como Elenilson na música “Viciado”? Como foi o processo de escolha da canção? E como é transformar um poema em música?


Maurício Zerk - É sempre bom trabalhar com o Elenilson. Desde que musiquei seu primeiro poema me apaixonei pela sua forma de escrever. Ele é super liberal e compreensivo quando encontro dificuldades. Existem caras que não permitem que você “corte” nada na letra, por exemplo. Com o Nascimento não, ele sempre deixa a “faca” em minhas mãos. “Uma Visão Contemporânea” é uma das minhas canções prediletas. Fui feliz fazendo aquele som. Foi meu mantra durante muito tempo.


Elenilson – Contando com todo o exagero da resposta, enfim... Normalmente as pessoas acham que pelo fato de você ser músico, não faz mais nada além de escrever. Não come, não fode, não defeca. Comenta.


Maurício Zerk - A única coisa que diferencia o Maurício Zerk artista das outras pessoas é que disponibilizo um tempo há mais da minha vida para fazer aquilo que eu diria que é meu elixir. Adoro sair à noite, principalmente com meus cachorros. Bebo quase todos os dias com meus poucos amigos... um baseadinho de vez em quando também faz muito bem a saúde mental.


Elenilson – Cite umas bobagens que surgem no meio da madrugada entre um trago e um afago num viralatas...


Maurício Zerk - É nessas horas que nascem “canções hits”. As minhas melhores canções apareceram nessas madrugas entre esses tragos e afagos que sempre estarão no meu dia-a-dia.


Elenilson – A música “Aviso Prévio” (que é dividida em duas partes) mostra dois elementos distintos: influência da música brasileira e ao mesmo tempo passagens progressivas. Lembrei tanto do último disco do Cranberries. Achei linda. Uma das melhores do disco. Primeiramente, fale sobre as suas influências que aparecem nesse disco.


Maurício Zerk - Já respondi isso antes né. Tudo que ouço é reflexo do crio e vice-versa.


Elenilson – A outra questão se refere ao fato de os elementos progressivos estarem mais em evidência. Em diversas músicas do seu disco existem passagens bastante modernas e progressivas. Em outras, parece um disco dos anos 60. Poderiam comentar um pouco sobre isso?


Maurício Zerk - Durante a criação do disco ouvi muita coisa da Marina Lima, principalmente seus últimos dois discos. PJ Harvey, Amy Winehouse e The Queen Of... também estavam lá. Ouvi muito os discos do Tim Maia dos anos 70 e acabei levando um pouco de cada para o “Eu Me Repito…” Tenho medo de finalizar um disco e o ouvinte ter a impressão de ter escutado a mesma música do inicio ao fim. Eis aê a minha preocupação em relação à sonoridade!


Elenilson – Especialmente em “Acesso”, percebe-se o uso de bateria eletrônica numa balada jazzística bastante técnica. Você poderia falar um pouco sobre isso?


Maurício Zerk - A princípio seria um disco de jazz/blues, mas acabei me perdendo no meio do caminho. Conheci uma banda de trip hop que me deixou louco e acabei criando “Descortínio”, por isso o disco todo navega com esse estilo, mais calmo, sem deixar trazer o peso do rock in rool.


Elenilson – Zerk, seu vocal tem ficado em destaque absoluto em todas as músicas desse novo álbum. O que você acha que mudou e/ou se destacou tanto neste álbum?


Maurício Zerk - Para dizer a verdade, meus recursos são muito poucos. Gravo tudo em casa, mas nesse disco preferi gravar as vozes em um estúdio profissional. E o que mudou... não sei. Tentei melhorar mais a minha dicção que antes era um terror. Gritava muito e as pessoas reclamavam que não conseguiam entender direito o que eu falava. Fiz algumas aulas de técnica vocal em casa mesmo, com curso a distancia e acho que me dei bem. (risos)


Elenilson – Você já se arrependeu de alguma escolha?


Maurício Zerk - Em relação à música sim. Odeio “Olha Só” do disco “Agosto”. Me arrependo amargamente de ter colocado ela no disco, assim como meu cover para “Ray Of Light”.


Elenilson – Como é você lidar com esses dois lados: sucesso e deserto?


Maurício Zerk - Hoje lido muito bem com isso... Quando encontro pessoas na rua que curtem meu som é aquela coisa. Nos shows então... Tudo vem com seu ônus e o bônus. No início eu tinha depressão pós- show. Batia um vazio terrível sempre que eu terminava um espetáculo. Vê todo aquele movimento e logo em seguida me via sozinho num quarto de hotel... era aterrorizante. O segredo é buscar o equilíbrio.


Elenilson – Sabe-se que a maior dificuldade da produção cultural num país como o Brasil é despertar o interesse e fazer acreditar num projeto. O que chama muito atenção é a falta de criatividade e de profissionais de talento para inventar novos atrativos. Muitos profissionais acabam recorrendo a modelos que já inspiram sucesso em outros lugares. Exemplos: festas de camisas, feijoadas, lavagens, etc. Por onde anda a criatividade brasileira tão difundida na sociedade?


Maurício Zerk - PERDIDA! Existe muita gente boa fazendo um som muito bom, mas como disse antes, acabam sendo ofuscado por esse mercado que está aê. Eu, por exemplo, foco meu tempo no que é meu, no meu som e consequentemente coisas acontecem, pessoas acabam se encontrando naquilo que faço. Seguir padrões não rola comigo... ando desconectado dessa panelinha.


Elenilson – Você disse numa entrevista que “o Brasil é um arquipélago de artistas e que temos um panorama rico e múltiplo”, mas, afinal, onde estão todos esses artistas?


Maurício Zerk - Escondidos, trabalhando e fazendo o melhor que sabem. Acho que sou um bom exemplo, não?


Elenilson – Como você vê a movimentação (ou não) de músicos, autores, atores e vários outros artistas anônimos na internet?


Maurício Zerk - A internet foi tudo nesse aspecto. Até convites para fora do país eu já recebi depois do meu último disco. Mas o ideal é tocar seja lá onde for... qualquer buteco, qualquer esquina... não existe nada melhor. Não existe melhor divulgação.


Elenilson – Sua poética revela sempre algo de visceral. Até que ponto você é mais vísceras que cérebro?


Maurício Zerk - Ah... não sei se deveria dizer que sou mais um do que outro. Tudo, as ideias, cada passo é “fabricado” aqui, no cérebro, onde tudo é visto e revisto.


Elenilson – Uma coisa que me irrita muito nesse meio cultural de Salvador são as panelinhas. Eu sou amigo de fulano que é amigo de sicrano e não quero trocar ideias com o anônimo que não é amigo de ninguém. Comenta.


Maurício Zerk - Isso te irrita? Eu já estou acostumado. Conheço muita gente do meio musical aqui de Salvador, mas nunca recebi muita atenção pelo fato de não ser famoso ou muito comentado. Um bando de falidos que não grava nada e que quando grava, faz merda. Sou muito mais comentado no Sul do que aqui na terra do axé. Na verdade, o que rola mais é esse estereótipo que todos nós já conhecemos e eu, felizmente, não me enquadro nele.


Elenilson – Olhando as suas capas de discos e singles, as artes plásticas são fonte de inspiração para sua poética?


Maurício Zerk - As capas de disco, assim como a música e minha poesia, refletem quem sou, o que estou e pra onde quero ir. (risos)


Elenilson – De que forma a sua poesia também dialoga com a música?


Maurício Zerk - Digamos que de forma cênica. A música de alguma forma traz satisfação a quem está a ouvindo. Sendo assim, já que a música está intimamente ligada à poesia, tento fazer tudo que um poeta faz: contar histórias e estórias.


Elenilson – Trocar ideias com pessoas fora da área te excita?


Maurício Zerk - Claro que sim. Tudo é informação. Sou uma espécie de esponja que vai sugando tudo que acho interessante. Tudo aquilo que pode ser usado no meu som assim como no meu cotidiano. Tenho muito mais amigos escritores do que músicos, por exemplo, e nossos encontros são sempre extasiantes. Adoro o Eduardo Penteado, escritor carioca, nossas trocas de figurinhas acabam sempre em ideias musicais.

Elenilson – Em que lugar você se coloca nesse debate em torno dessa política cultural incompetente implantada por Marcio Meirelles?


Maurício Zerk - Não acho que o Meireles foi incompetente. Como já citei, o país é precário em cultura e educação. O que falta é prioridade nesse setor.


Elenilson – Recentemente uma ex-BBB (*já que isso agora é profissão) disse que o “mundo gira em torno deles”, então, muito solidária, diz que vai posar nua para ajudar a população carente. Com você encara essas sub-celebridades que chamam muito mais atenção da mídia do que os poetas?


Maurício Zerk - Bom, é isso o que a cultura de massa proporciona, portanto, sempre haverá alguém para usufruir e consumir disso. Queria eu ter a sorte de ter tanto com tão pouco. No entanto, prefiro continuar remando contra a maré.


Elenilson – O vale-cultura é como o Bolsa Família, me apavora muito. Mas todo mundo está achando uma beleza. O vale funciona, mais uma vez, como uma espécie de bônus, de prêmio, e isso me assusta. Não sei se isso vai virar moeda, se as pessoas vão comprar arroz, feijão, com o vale. Como iniciativa é interessante, mas a prática não funciona… Comenta.


Maurício Zerk - Acho super interessante. É uma forma de incentivar e facilitar o encontro das pessoas de forma mais fácil e direta com a cultura do país. Alguns amigos da área veem como uma espécie de esmola, porém, facilitar o acesso ao cidadão de baixa renda “AO CINEMA NOSSO DE CADA DIA” é plausível. Tudo é válido. Afinal de contas, como já dizia os Titãs, “a gente não quer só comida... agente quer COMIDA, diversão e arte.”


Elenilson – Depois de ver e ouvir o resultado do seu CD, e refletir sobre o tudo que você passou e passa com relação à falta de patrocínio, você acha que seria a hora de dizer que "há males que vem pra bem"?


Maurício Zerk - Claro que sim. É revigorante quando leio alguma crítica favorável ao disco. É ter certeza que não usei meu tempo em vão. Quando começo a trabalhar num disco, coloco minha audição como prioridade. Se caiu bem aos meus ouvidos o resto é conseqüência... ver pessoas que se encontram quando ouvem meu som é certeza de que estou no caminho certo. Enquanto aos patrocínios, esses eu busco.


Elenilson – Quais os planos daqui pra frente? As datas da tour no Brasil já estão praticamente fechadas?


Maurício Zerk - Estou fechando alguns shows pela cidade e interior. Sampa e Rio somente no fim de dezembro... E como patrocínio por aqui é muito difícil para meu som, vou indo devagar. Recebi pedidos essa semana de mil cópias do disco novo para uma loja em São Paulo e estou super feliz de ver que ainda é capaz de se colher frutos fazendo boa música nesse país, principalmente em Salvador.

“Tudo é informação. Sou uma espécie de esponja que vai sugando tudo que acho interessante.”
Compondo e sobrevivendo na selva da música na Bahia.
"Mais um dia desses, vou fugir de casa. E não volto! E não volto! Vou bater as asas, Só vou levar comigo o retrato do meu gato" (Rita Lee). Foto massa!
“Escrevo aqui para que seus olhos possam se lembrar de mim quando sua mente me esquecer!” ( F. Costa)
"Eu Me Repito Muitas Vezes e Te Comovo Muito Mais" (2011).
Os álbuns e singles. 

fotos: MZ/divulgação

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

EU ME REPITO MUITAS VEZES E TE COMOVO MUITO MAIS

“O novo CD de Maurício Zerk tem uma música de Elenilson Nascimento, Cazuza e Madonna.”

Por Elenilson Nascimento

Você pode estar estranhando a presença de Maurício Zerk na seção MPB de sites e de algumas poucas lojas sobreviventes de discos, assim como talvez tenha achado estranho vê-lo aqui, em várias matérias, um Zerk poeta, em vez de lê-las no espaço dedicado ao Pop-rock. Confesso: foi difícil categorizar esse artista. Mesmo porque categorizar é uma coisa que eu detesto. O motivo é que, historicamente, todos os vocalistas dos grandes nomes do rock nacional, tenham permanecido ou não em suas bandas, se aproximaram demais da MPB ao partirem para investidas solo, a ponto de confundirem a cabeça de fãs e jornalistas.
Frejat, vocalista do Barão Vermelho, e Renato Russo, da Legião Urbana, são apenas dois nomes de uma lista que inclui ainda Herbert Vianna, dos Paralamas; Leoni, ex-Kid Abelha; os ex-titãs Nando Reis e Arnaldo Antunes; e os titãs Paulo Miklos e Sérgio Brito, entre outros. Mas o caso do Zerk é fácil de exemplificar: é muito mais fácil ouvir “1993” – primeira faixa desse novo trabalho de "Eu Me Repito Muitas Vezes e Te Comovo Muito Mais" (2011) – tocando nas rádios MPB e de estilo “adulto-contemporâneo” do que nas emissoras ditas roqueiras e alternativas.
Zerk concorda que já pode ser incluído no rol dos emepebistas, mas com ressalvas. “O pop-rock brasileiro faz parte da MPB. Então, nesse sentido, eu também faço MPB. Mas não essa MPB violão de nylon, tanto que eu já recusei a fazer um disco acústico”, disse o jovem cantor baiano, numa entrevista exclusiva a ser publicada em breve aqui no blog.
A ótima “Aviso Prévio” – que já caiu na boca do povo, como ficou provado no pocket show que o Zerk fez recentemente numa loja de discos no boêmio bairro do Rio Vermelho, Salvador (BA) – é uma das 14 boas faixas inéditas de "Eu Me Repito Muitas Vezes...”, disco majoritariamente romântico (apesar da pegada rock) e independente, levemente mais roqueiro que a estreia solo do cantor em “Agosto” (2010), depois de ter lançado vários singles – muitos deles lançados aqui no blog, como “Eu Queria Ser John Lennon”, que por sinal a canção desse título pode ser escutada na íntegra pela internet e tirada do meu livro “Palavras Faladas Fadadas Palavras” (2002).

Mas "Eu Me Repito Muitas Vezes...” segue a mesma tendência. Zerk acertou a mão como guitarrista e, sobretudo, como compositor. Seja com antigos parceiros, como no meu caso, na bela canção “Viciado”, também retirada do meu livro “Palavras Faladas...”, ou com novos nomes, como Meg Mattos, Maria Tereza Horta e Eduardo Penteado.

Em “Pra Te Salvar” comprova sua vocação para letras românticas e assina também outros rocks rasgados que falam de amor. Outro velho conhecido de Zerk marca presença no disco: Cazuza, com quem o cantor gravou “Boas Novas”, lançada anteriormente em single. Vocês agora terão a chance de baixar (com exclusividade) esse “novo” CD do Maurício Zerk, "Eu Me Repito Muitas Vezes e Te Comovo Muito Mais", que conta também como bônus track uma versão bem diferente de "Music" da Madonna. No arquivo contém também mais três encartes alternativos do CD.

fotos: divulgação

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Maurício Zerk Canta Cazuza



Próximo de lançar seu mais novo disco (Lançamento dia 05  de Setembro),
Maurício Zerk disponibiliza mais um single. Desta vez, um cover do Cazuza. "Boas Novas",
canção gravada por Cazuza em 1987. Zerk recria a canção, dando uma nova roupagem, super moderna
e cool. Divirtam-se. Não deixem de ouvir!


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

sobre sua dúvida...?!


"um dia desses um imbecil questionou minha masculinidade...e o que entendo por masculinidade são posturas, atitudes, maneira de falar, andar,de porta-se diante da realidade, de administrar o corpo, os sentimentos, as emoçõES, as relações com os outros e, principalmente a pratica de um rigoroso código de ética...por outro lado babaca, para se ser homem é preciso ter palavra, não mentir, não ser desonesto, ser confiável, leal, justo, magnânimo e nobre com fracos e oprimidos" sobre sua dúvida...?! foda-se!

domingo, 7 de agosto de 2011

Caixa em formato de coração!




Se eu pudesse fazer um pedido agora, somente um, eu pediria ao Gênio de uma lâmpada qualquer que me desse uma caixa. Mas eu queria uma caixa diferente. Esta caixa eu guardaria bem pertinho de mim, assim, em um lugar que estivesse ao meu alcance em qualquer momento. Os sentimentos nela contidos seriam grandes demais, mas, de acordo com meu pedido, eu gostaria de uma caixa bem pequenina, pra guardar num cordão, pendurado bem perto do peito. Uma caixa em que eu pudesse guardar não roupas, sapatos, fotos, cadernos, cartas ou jóias.


Queria uma caixa em que eu pudesse guardar sensações. Uma caixa em que eu pudesse guardar o sentimento de cada momento, para que um dia, quando minha memória não for mais tão boa, quando a visão estiver mais fraca que nunca, a audição estiver errante, e o coração estiver batendo mais devagar, eu possa abri-la e ter novamente tudo aquilo que guardei tudo aquilo que um dia eu vivi.


Guardaria dentro da caixa, em primeiro lugar, a alegria das brincadeiras de infância, das tardes brincando nos pátios, dos desenhos da manhã, do nescauzinho feito todos os dias. Guardaria todos os natais, as páscoas com as pegadinhas do coelho no jardim, a brincadeira de pipa, as idas ao zoológico.


Guardaria dentro da caixa, toda a alegria de ser criança, que agora, já falha um pouco na memória com o passar dos anos, e que eu sei, só tende a falhar cada vez mais. Em minha caixa, porém, esta alegria estaria a salvo.


Guardaria também a sensação de carinho "familiar". Um dia, meus pais não estarão mais aqui. E quando este dia infeliz chegar, eu abriria minha caixa, e sentiria todo o amor deles novamente. Sentiria a segurança de meus pais, o amor deles por mim, a preocupação. Sentiria novamente toda a felicidade que passei ao lado deles, todas as barras que seguramos juntos também. Lembraria de como foi o importante tudo que me ensinaram, da angústia que passei e que lá estavam eles ao meu lado. A sensação de ter alguém que goste realmente de mim, que se preocupa, a sensação de ser acolhido, de saber que não estou sozinho no mundo, tudo isso ficaria eternamente guardado dentro de minha caixa.


Guardaria na caixa todas as lembranças de meus amores. O sentimento do amor, do afeto. O sentimento de querer mais e mais, de querer estar junto, a sensação de pele tocando na pele, de braços, beijos, laços. De suor, de arrepio, a sensação que só um beijo pode causar, a imensidão de se perder nos abraços de alguém. Guardaria também a sensação das lágrimas de amor, da dor da saudade.


Guardaria o sentimento de aprendizagem que cada amor meu me deu. Isso tudo faria com que eu me sentisse mais vivo no futuro, mais feliz por tudo que um dia vivi.


Mas em minha caixa, se eu pudesse, eu guardaria um pouco de cada amigo meu. Assim, um pedacinho de tudo que vivi com eles, cada sensação. Guardaria a euforia de todas as festas, de todas as parcerias, de todas as farras vividas. Guardaria a empolgação que passei ao lado de cada um deles, os planos feitos com tanto afinco. Guardaria todas as tardes e manhãs na escola, todas as risadas, todas as brincadeiras, todas as putarias. (me desculpem, mas tinha que ser!)rs...


Guardaria a compreensão de cada um deles, os conselhos, o apoio das horas difíceis.


Guardaria o sentimento do companheirismo, o sentimento de adrenalina de todas as vezes que juntos aprontamos, guardaria as emoções que passei ao lado de cada um deles. Mas eu digo os amigos mesmo, que são poucos, mas que são especiais. Aos amigos, eu deixaria um lugar especial em minha caixa, um lugar de fácil acesso, um lugar que a velhice um dia não me impedisse de chegar.Como esse pedido é um tanto quanto impossível, tentarei guardar, não em uma caixa, mas em minha memória, até quando eu puder, todas essas lembranças e sensações. A todos os que amo, que um dia amei, a todos aqueles que fizeram parte da minha vida em algum momento, que foram especiais, que marcaram algum momento, que me fizeram feliz, a todas estas pessoas, saibam que vocês estão em meu coração. Saibam que, no entardecer de minha vida, quando vocês estiverem na caixa do meu coração, eu vou abri-la, e vocês serão como as estrelas, que iluminarão minha noite.




E pra alguém que acha que é uma fraqueza chorar, fica aqui o encerramento desse post:


"A maior força de um homem reside no sentimento que ele nutre em seu coração. Quem não tem sentimento não tem de onde tirar forças, pois só há mediocridade."









***