terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

De um modo exausto... nem tudo se desfaz.


Nem tudo se desfaz, de um mundo exausto:

Fremente, produtivo, persistente,
Não soçobra, sereno, não se abala

O que se produziu, sem ganho ou lucro,

Puro efeito, sereno, de ternura.

O que o amor plantou deita raízes,

Que o tempo não corrói, nem a usura.

O puro dom, nem mesmo se acontece

Rejeitado se vir, por quem amámos,

Jamais há-de perder sua eficácia.

Amar é exercício, que se cumpre

Apenas no cumprir-se, desligado

De espera de retorno ou de lembrança.

Amar é fonte pura, produtiva,

Sem memória do fluxo das águas...

O que se amou se fez imperecível,

Independe de alvo ou de destino.

Amar é para além de eco ou sombra,

É algo que acrescenta, mesmo quando

Recebe o desfavor da indiferença.

O que nos cumpre é amar, isso é que importa,

Seja ante nós fechada ou aberta a porta.

Amar sempre resulta em eficiente

Acréscimo de ser, independente
De fútil expectativa de retorno...
***
*"É o amor que move o mundo", alguém me disse certa vez.
Eu amo. Amo tudo aquilo que me convém.

Um comentário:

Anônimo disse...

"A vida de tão interessante que é a tudos os momentos a vida chega a doer..."

Fernando Pessoa

Se agarre a vida e siga os seus sonhos, estes temporais vão passar e o sol brilhara como nunca se viu e ti!

Bjos

Louise

***