terça-feira, 13 de maio de 2008

ARSÊNICO





ARSÊNICO

Enxugo a lágrima,
Sinto o molhado, quente.
Uma fera corrompendo
Uma alma que não sente.

Só vejo uma saída
Em mim badala um sino
Não há inocência. E vida?
Morre meu eu menino.

Serei mais um putrefato.
Serei mais um alimento.
Serei só mais pó na Terra.
Acho aqui um acalento.

Mordo o lábio, não.
Chorar, não hei de chorar!
Volto a terra, ao chão,
De onde não vou mais levantar.

O pote convida, é belo.
Parece puro, cristalino.
E calmo, líquido, límpido!
E em breve será meu hino...

Olho, suspiro...

E bebo!

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