quarta-feira, 4 de junho de 2008

O último vôo!!!



heart,  Image Hosting
posso até deixá-lo tomar conta dos meus lábios
posso até guardá-lo em meu corpo pra que me aqueça
posso ouvir os teus anseios e lutar por eles também
mas eu tenho que voar
posso até sentir ciúmes, não vou mentir
posso amá-lo tantas horas quanto resistir
e até mudar a cor do quarto se quiser
mas eu tenho que voar
mas eu tenho que voar, amor
posso até deixá-lo se embaraçar nas minhas pernas
e invadir minhas horas sem licença
posso até chorar sem tua presença
mas eu tenho que voar
serei o teu amante de todos os portos
o homem que te faz todas as vontades
o moço da aldeia que te olha sem maldade
posso até ser teu pela eternidade
mas eu tenho que voar
tenho que voar, amor

Um comentário:

Anônimo disse...

"Preciso sim, preciso tanto."

Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. Tanto meu ciclo ascético Francisco de Assis quanto meu ciclo etílico bukovskiano.
Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser ao conjunto teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida.
Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho carente, tigre e lótus.
**Caio Fernando Abreu**

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