terça-feira, 17 de junho de 2008

No fundo impenetrável das narinas



Cheira-me a incenso e a enxofre
No fundo impenetrável das narinas
Onde os pêlos não varrem as ideias.
Tudo se choca em mim com baques secos,
Como num jogo de bilhar sem vencedores:
A actividade e a astenia em mútua sabotagem
E no fim tudo fica um pouco por fazer
Mesmo quando feito, sempre um passo atrás...
Quem dera tarefas que se completassem totalmente!
Quem dera textos simples, claros, objectivos!
Quem dera o sol rodando no céu fluidamente!

Um comentário:

Maurício Zerk disse...

Não esperais de mim nem definiçao nem divisão do retórico.
Aqui não caberia tal coisa.
Definir-me seria impor-me limites que minha força desconhece.
Dividir-me seria distinguir os diferentes cultos que me prestam e eu sou adorado em toda a Terra.
Depois porque tentar dar-vos de mim uma cópia ideal,
uma cópia que comigo não se pareceria mais que a minha sombra, se diante de vós tendes o original?
*** Erasmo de Rotterdam

***