sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

40 Graus... no escuro!



Tenho 27, vou fazer 28 em breve, o que significa: quase 30. Mesmo.
A boa e velha desculpa que dissemos pra nós mesmos "sou jovem, tenho tempo". não cola mais.
Não. Não sou mais tão jovem assim.
Sinto-me cansado como quem carrega nos ombros - ou no lombo? - uma vida inteira. Olha que nem cheguei à metade do caminho. Este mês completo 3 anos de trabalho. Já fui balconista, auxiliar de escritório (curso que paguei vendendo cachorro quente na época em que fui embora de casa, a milhões de anos atras), radialista amador, recepcionista, vendedor de um "monte" de coisas... enfim. O início precoce não antecipará a aposentadoria. Sou fruto do emprego informal, como boa parte de minha geração. Sempre me preocupei mais com o trabalho do que com o emprego em si. Sinto-me burro por causa disso, mas no fim, é o que conta, e o que acrescenta alguma coisa.
Desde o início deste ano me sinto permanentemente doente, ou à beira de ficar doente. Imunidade baixíssima. Pareço um velho. Corpo gasto. Castigado. Dores, um mal estar permanente, um certo enjôo que não me larga e me atrapalha escovar os dentes todos os dias de manhã (Enjôo ao escovar os dentes...? Pensei que isso fosse coisa de grávida)rs...
O cansaço, entretanto, não é só físico. É mental. É um desânimo por querer que as coisas dêem certo, e muitas vezes não é o que acontece. A pressão interna e externa em cima dessa coisa de dar certo na vida é muuuito chato. A cada dia que passa acho que preciso mais de um analista para me ajudar a exorcizar fantasmas, entender e sublimar neuras, a me perdoar mais. Ou menos. Porém, não tenho mais saco pra sentar na frente de um cara que vai dizer tudo aquilo que ja sei.
Sinto-me velho em alguns momentos diante de um mundo que pouco me surpreende. A juventude não abandona, aos poucos, só o corpo. Parece que meu tempo já passou, que perdi o bonde pois não tenho mais 20 anos, embora também tenha saudades de coisas que não vivi.
Minhas dores emocionais estão sendo jogadas, mês a mês, num buraco qualquer da alma, onde me incomodam pouco depois de uma semana martelando. Nesta seara o analista certamente me receitaria dois tarja-pretas por dia. Diferentes, um pra relaxar, outro pra ficar ligado.
Entrei numa paranóia de que havia construído pouca coisa nessas QUASE três décadas. Aí resolvi MUDAR, fiz vestibular pra História e entrei pra academia (pela milésima vez). Aliviou um pouco a sensação de derrota. E me sinto mais confortável apesar das queixas logo a cima.
Porém, não consigo entrar em pânico apesar do "drama"... toh indo em frente sem olhar muito pra tras(ou tentando). Como disse Manu, reinvente-se! Sua vida começa agora.

"Se eu for pensar muito na vida
Morro cedo, amor
Meu peito é forte
Nele tenho acumulado tanta dor
'As rugas' fizeram residência no meu rosto
Não choro
Pra ninguém me ver sofrer de desgosto"

Um bom Natal pra todos e que o próximo ano seja cheio de reinvenções pra NÓS!!!
Até a próxima!!!

(...) A propósito... alguém tem um cigarro pra emprestar?

Um comentário:

Anônimo disse...

Sim meu querido, eu tenho cigarro aqui, vc quer?
E a propósito... deixe de drama, vc está ótimo!... mais lindo do que nunca!
bj,

Meg

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