terça-feira, 14 de outubro de 2008

Cecília Meireles




E diz-me a desconhecida:
"Mais depressa! Mais depressa!
"Que eu vou te levar a vida! . . .


"Finaliza! Recomeça!
"Transpõe glórias e pecados! . . ."
Eu não sei que voz seja essa


Nos meus ouvidos magoados:
Mas guardo a angústia e a certeza
De ter os dias contados . . .


Rolo, assim, na correnteza
Da sorte que se acelera,
Entre margens de tristeza,


Sem palácios de quimera,
Sem paisagens de ventura,
Sem nada de primavera . . .


Lá vou, pela noite escura,
Pela noite de segredo,
Como um rio de loucura . . .


Tudo em volta sente medo . . .
E eu passo desiludida,
Porque sei que morro cedo . . .


Lá me vou, sem despedida . . .
Às vezes, quem vai, regressa . . .
E diz-me a Desconhecida:


"Mais depressa" Mais depressa" . . .

2 comentários:

Anônimo disse...

O grande desafio é saber enfrentar a sí mesmo...
Revoltar-se contra a vida, a mesmíce o rancor,a tristeza...
Até hoje não consegui encontrar o meu caminho, talvez por medo ou por ainda não saber o que realmente quero...

Hoje estou a procura do meu Sol, vivo com esperança, tento a cada dia não me abater e nem deixar que a tristeza e a dor se instalem em mim, já basta as que trago, já basta tudo! Tento recomeçar, quem sabe um novo eu...
O que realmente importa é que estou tentando, mesmo tendo varrido muito de mim para debaixo do tapete... Mais estou tentanto!!!

Tente também!!!

Bjim

Ass. Luise

Maurício Zerk disse...

sim, não costumo parar!!!
Me sinto mais empolgado do que nunca nas minhas buscas!
obrigado Louise!!

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