segunda-feira, 10 de março de 2008

***você***

Saudades?
Um pouco.
Veio por isso?
Talvez.
Motivo exato talvez nem aja para nenhum acontecimento; mas fico feliz pela
sua vinda.
Vim por um impulso mais forte do que qualquer coisa que poderia me acometer.
Num segundo minhas pernas criaram vida própria e saíram andando exatamente
nessa direção e aqui estou eu.
Realmente fico muito feliz que isso tenha acontecido; por mais que esse
sentimento seja subjetivo creio que você também esteja sentido o mesmo que
eu.
Sim.
Creio, também , que podemos ficar aqui sem trocar absolutamente nenhuma
palavra, que mesmo assim, ficaríamos contentes, simplesmente ¿ se podemos
assim dizer ¿ nos olhando.
Concordo. A relação está mais nos atos do que nas palavras. Por algum
motivo, talvez alheio ao meu querer, não consigo ficar sem dize-las. Não que
eu me sinta desconfortável com isso, mas as palavras tomam essa forma do meu
pensamento e, como agora, digo tudo sem me atrelar aos devaneios. Porém, sou
também gestos e emoções, assim como falo, observo, toco e como todos esses
gestos o sentimento fica mais completo. Agora, nesse momento que estou aqui
com você, te olho, sinto seu cheiro, toco em você e com isso, também,
sinto-me feliz.
Te entendo . Também tocando em você, te olhando, parece-me que é um
complemento da palavra, ou algo que tenhamos que fazer; sinto essa vontade,
como se fosse um desejo sem desejo, uma aparência magnifica da extensão da
fala...da minha fala. Isso é de um prazer para mim inexplicável.
Talvez eu entenda o que você sinta, por mais que isso seja muito subjetivo,
como você mesmo disse, mas alguns sentimentos são parecidos, ainda mais
quando estamos abertos à esses sentimentos, acho que é isso que causa essa
sensação de prazer...
Quero que você fique aqui comigo, sem criar expectativas, sem pensarmos no
amanhã; sem nos cobrarmos nada...absolutamente nada.
Gostaria que isso fosse possível, mas não tenho tanta certeza assim de coisa
alguma, muito menos o estar aqui. Como disse vim por um impulso e deixarei
esse impulso me dizer o que fazer.
Então fique, seja feliz nesse momento, o mais é nada...é um rio que corre
sem pensar...
Sou um ato impensável hoje. Sua companhia me faz sentir emoções que
resplandece em todo o meu corpo. Só de pensar em como ficávamos...
Não pense, sinta isso agora, sinta somente o agora...
Sei disso, mas a memória...
Pequenos atos... quase como se anda na estribeira: perdendo-se de tudo.
Queria ter essa vocação para dizer tudo, mas agora, aqui, não digo nada.
Atrapalho-me nas palavras e não sei nada.
Não diga então. Dizer o que se pensa é irrestrito demais. Vejo você aqui e
isso já me é agradável...

Um comentário:

Unknown disse...

Muito foda esse texto, fui lendo lendo e me exergando em algumas partes, parece ate um dos meus... ele mostra na integra o que eh ter todo esse sentimento... Saudade é bom, mas moderada, em demasia eh dolorida e a dor sufoca a delicia de sentir saudade.. abços

***