domingo, 27 de abril de 2008

Fernando Pessoa, Anjo da Guarda

Parece que já não gostam do que digo
Parece que o que considero amigo
Já não quer saber
O que estou a escrever.


Passo de poemas com tantos comentários
A poemas ordinários
Ninguém os comenta
Ninguém ler sequer tenta.

Sou tão incompreendido
Depois não querem que fique deprimido
E ainda por cima estudam com agrado, o Pessoa
Isso é que me magoa.
Estudam quem não conhecem
E os amigos esquecem.



Pessoa, alto poeta, louco
Mas disso tudo também tenho um pouco.
Compreendo o que ele pensava
Tudo pelo qual ele passava.

Com ele tenho parecenças
Temos as mesmas crenças
Pensamos da mesma maneira
Só espero não ter tanta maluqueira xD

Ele foi sempre pessimista
Acerca do futuro
A vida para ele era como um muro
No fim duma pista.

Enlouqueceu com pouca idade
Vítima da infelicidade
Infelicidade também eu possuo
Mas não algo tão duro.

Só espero conseguir mudar
E como ele não acabar.
Ai, Pessoa,
Gémeo da minha própria pessoa
Só espero não vir a enlouquecer
Como tu não quero viver.

Se consegues ouvir as vozes de nós poetas amadores
Dá-me força, tira a minha alma destas dores
Não me deixes seguir a tua vida psicológica
Que nem sequer tinha lógica.
Apenas deixa-me ser como tu, grande artista.
E ajuda-me a crescer optimista...

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