segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

DESCORTÍNIO

Te soube tarde da vida

E, ainda assim, me alvoraste
Me coube ficar sabendo
Que o teu veneno era doce

Rio de como mataste
A morte que andei trazendo…
Bem sabes, tenho saudades
De idades que não tivemos

E sonho que adolescemos
Tecendo um mundo de planos
Deixando os outros sem-graça
De tanta graça que somos!

Ao menos eu te sei no mundo
E me aqueço quando te penso
No fundo sei que somamos
Os sentimentos mais densos

E minha alma alegrada,
Não deixa nada por menos,
Te quer amante e amada
Por todo e quanto duremos.





Altair de Oliveira – In: O Lento Alento






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