quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

"...estas eram as coisas que ele mais amava,com as quais se identificava e entre as quais se desdobrava a sua vida íntima;

coisas cujos nomes podiam ser aproveitados, com bom feito, em versos, e, de fato, sempre ressoavam nos versos que de vez em quando compunha." (Thomas Mann)



Perpétua maravilha...(?)



Solitário indivíduo estendo pontes


E solidário me faço além do espaço


Exíguo deste corpo agreste e lasso,


Navegando para além dos horizontes.


Compartilhada vida só em parte


Pois que, por outra parte, fujo à ilha,


E desfruto a perpétua maravilha


De à angusta solidão fugir com arte.


Solitário, mas sempre solidário,


Fugindo ao tempo precário e repartido,


No bem do amor encontro o meu sacrário


E tudo o que é bem meu eu condivido


Não vendo noutro ser algo contrário


Mas o que faz o inferno suprimido.





***


Pode se matar um sonhador,
mas nunca um sonho...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Mal comum...


Sem vontade de escrever e pensar ao mesmo tempo.
Pensar é todo instante. Mas depois ter de escrever,
haja concentração, coisa que me falta no momento.
Assim não consigo completar nada, tudo está incompleto,
meus trabalhos digo, mas é uma metáfora para minha vida toda -
cheio de retalhos incompletos ou fragmentos, que soa mais culto.
As coisas por aí não me interessam mais e isso também é uma droga.
Daqui, hoje, não sai nada que preste. Câmbio. Desligo.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

De um modo exausto... nem tudo se desfaz.


Nem tudo se desfaz, de um mundo exausto:

Fremente, produtivo, persistente,
Não soçobra, sereno, não se abala

O que se produziu, sem ganho ou lucro,

Puro efeito, sereno, de ternura.

O que o amor plantou deita raízes,

Que o tempo não corrói, nem a usura.

O puro dom, nem mesmo se acontece

Rejeitado se vir, por quem amámos,

Jamais há-de perder sua eficácia.

Amar é exercício, que se cumpre

Apenas no cumprir-se, desligado

De espera de retorno ou de lembrança.

Amar é fonte pura, produtiva,

Sem memória do fluxo das águas...

O que se amou se fez imperecível,

Independe de alvo ou de destino.

Amar é para além de eco ou sombra,

É algo que acrescenta, mesmo quando

Recebe o desfavor da indiferença.

O que nos cumpre é amar, isso é que importa,

Seja ante nós fechada ou aberta a porta.

Amar sempre resulta em eficiente

Acréscimo de ser, independente
De fútil expectativa de retorno...
***
*"É o amor que move o mundo", alguém me disse certa vez.
Eu amo. Amo tudo aquilo que me convém.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Secreção

*********************
Se a cólera que espuma, a dor que mora N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se pudesse o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo Guarda um atroz, recôndito
inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja a ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
******************************

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Por um instante... (?)


Por um instante
Enganar a dor
E permanecer assim
Ainda que inconsciente
Ser feliz
Com tempo marcado
Hora e minuto
Por um instante só
Ser pleno,uno,inteiro
Não ter esse deserto
Entrando pelas narinas
Nem ciscos colados na retina
O telefone continua tocando
E quem se importa?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O tempo do bolso no bolso.





assim devagar


menino não anda triste não.


menino roubou a tarde à cidade


a cidade retaliou e retirou o dia quase... todo à menino como.




assim devagar


menino guardou o tempo no bolso.


ainda se sentido pesado,


guardou as palavras no bolso


bolso tinha um buraquinhoo


tempo e as palavras


um par sempre em idas e vindas com o dia


cidade sorri mas não sabe ler


quando vê uma menina com um guarda chuva a tentar apanhar palavras soltas


e tempos coloridos a sair por um buraquinho do seu bolso.


o menino retribui o sorriso e ele mesmo que pondo a mão no bolso atira à cidade cedilhas


com traços e coisas como letras


com um tempo de um impulso que ficou a dormitar no aconchego de um bolso.






***


http://www.youtube.com/watch?v=qZ_4Q_x2fH4

sábado, 14 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

"Os extremos me margeiam e dilaceram. Não há fios invisiveis que me contenham. Nem redes que me amparem. O mundo não oferece mais proteção...

...me fita, apenas, a tua face dura. E o planeta oscila... "
***
Das minhas dores mais longas, desbagoarei os gomos, pra atender à fome dos cães. Meu olhar sem escamas, e a senha do meu corpo, pode levar ou esquecer: não me cabe guardar inocências. As fraquezas, inclusive meu choro de homem e essa noite, num cataclisma, num carnaval, serão minhas, no inventário. As demais miúdezas: o amor, meus lençois, os projetos inacabados, os risos, guardemos, nos inutéis da memória.
Do que sou, ao fim, serei sempre, exílio.


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

E enquanto o sono não vem... Meu não tão distante futuro.

Hoje, Quinta- Feira, Poeira no ar,

ferrugem na língua...





Sigo olhares e desprezo minha tristeza

Acho pistas e revelo minha destreza

Em casas de quintais espaçosos

A morada construí para minha nobreza.;



Perco lugares, mas acho minha fonte

Duas pedras raras cravadas em um rosto

Onde sonhos secretos se escondem

E enche de luz um sorriso fosco.;



Sigo olhares e desprezo minha tristeza

Acho pistas e revelo minha destreza

Em casas de quintais espaçosos

A morada construí para minha fraqueza.;



Abra a porta de seu quarto

Pois o café está pronto e quente

Não somos estrangeiros estranhos

E sim amantes inteligentes

Que prolongam promessas e cantos arcanos

Mas que não fazem de sua doutrina

Uma noite única e indigente.;

Sou a encarnação de negações

E ainda me permito privações

Mas nada me escapa e isso eu juro

Quando vejo, através de seus olhos.

Meu não tão distante futuro.








***




Pequena dica: Quem vê foto não vê coração!!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

No café da manhã...

Hoje, Quarta-feira, 3ª "ereção" .






Café da manhã curto e grosso. Sr. Ferreira (meu pai) me dah pressa, pois eu com toda essa coragem poderia me atrasar para a sessão tortura parte tres. Entrando no carro, a primeira ação é ligar o som e olha só quem começa a tocar: Rauuuul e sua dose anestésica para meus ouvidos.Chegamos e como sempre, toda vez que entro naquele prédio o frio na espinha é pontual, a trava na garganta é incondicional, pois parece que ela me ama. Mas com tudo isso, por incrível que pareça torna-se comum a cada vez que entro ali , por mais ruin que seja. Ao chegar, não vejo o Julio, pois ele não estava de plantão, sinal de que não haveria sobremessa sequestrada do refeitório exclusivamente pra mim e pra varear a puta da enfermeirame furou tres vezes até conseguir colocar o diabo do cateter. Ah sim, e como reclamei: - Puxa, minha filha, jah é um martírio pra mim vir aquipra me submeter a tudo isso e vc ainda erra a veia? droga, tem tantas aqui gritando... Volta pra o curso e pede especialização em agulhadas. PELAMORDEDEUS!!!Calada e só ouvindo, acerta na direção e sai com cara de quem ficou feliz por me ver alí... doce vingança. tenho certeza, pois conheço monstrinhos de todas as espécies e meus olhos nunca falham. E como hj era dia de "tortura", o melhor seria protejer muito bem o meu pequenino estômago empurando-lhe um protetor gastrico (Ranitidina), aproveitaram para me empurar descaradamente sem que eu percebesse mais 1, 3 ml de Ulcermim meia hora antes de tomar o "pequeno almoço". Para o jantar, sem poder reclamar, mais uma dose de sucralfato... Hora de ir pra cama. nãaaaaaaaaaaaaaaaao! Hora de escrever um pouquinho e dar noticias, pois teve gente reclamando da demora em postar! VC's andam viciados demais por aqui!rs...






Abraço forte e até a próxima!





Querem um pouco de nauseas? hum... só aceito em Euro!rs...





terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Morfina, eu te amo!




Hoje eu fiz uma nova canção, assim, sem querer! rs...


Morfina eu te amo... Morfina eu te amo...Morfina eu te amo... ahahahahahahahahahah... Mas eu toh rindo à toa! Morfina mineral! Morfinal mineral! Morfina mineral do Candeal, você vai ficar legal! Hoje, acho que eles ficaram bem bonzinhos e me deram morfina p/ passar a dor da Mucosite. Também, depois de tanto encher o saco: -Júlio, por favor, por favor... Fiquei com uma dose pequena no soro e se eu quisesse mais era só pedir. Sabem o que isso quer dizer Meg, Cláudia, Elenilson e toda a torcida do Flamengão? Não vou ter mais dores!Morfina eu te amo! Morfina eu te amo!Morfina eu te amo! Morfina mineral! Morfinal mineral! Morfina mineral do Candeal, você vai ficar legal!
Hora de voltar pra cama!
Morfina eu te amo... Morfina mineral, Morfina mineral do candeal...

Morfina, eu te amo!



Hoje eu fiz uma nvca canção, assim, do nada, sem querer. rs...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Hora de voltar... pra guerra!




Hoje, Quarta -feira, 5° sessão do liquido vermelho








Conheci o medo daquilo que eu não tinha durante a sessão tortura hj a tarde. Uma nova medicação,
duas horas de aplicação endovenosa. Senti pequenos incômodos que precisaram ser acompanhados
pela supervisora do Júlio (obrigado pela paciência, guri). Uma leve irritação na garganta foi
o bastante para interromper o liquido vermelho durante 30 minutos até que providências fossem tomadas. Assim
como nos primeiros dias me senti super fraco,cansado e com um sono sem fim, mas faz parte, fui avisado e
o riso largo entre as minhas bochechas durou pouco.
Hora de voltar pra casa.
E nessa noite que vos escrevo com um sentimento estranho, quero contar sobre a madrugada ultima aonde deparei-me com terriveis dores circulando pelo meu corpo, dos pés até a ponta da cabeça, tudo em mim doía, até a alma. Milhões de sensações estranhas tomam conta de minha mente, sinto-me brutalmente agredido, envenenado, maltratado,bombardiado. Sem conseguir entender o que se passa direito comigo, chego a pensar
que vou enlouquecer, se não morrer. A cada minuto um novo sintoma soma-se aos já existentes. Um verdadeiro campo minado! (sai daqui sofia!!!)
Colicas horrorosas, e articulações que parecem ser serradas. Algumas dores anais seguidas de gases que cheiram a explosão (queria tanto rir disso, mas não consigo... hj não.). Num primeiro momento imagino-me no ringue, literalmente nocautiado. Por um segundo a própria "Maria Madalena" apedrejado erguendo os olhos aos ceus em súplicas. Fora eu esquecido? Eu não procuro Deus! Eu não sei me cuidar, mas relaxa... eu toh quase lá, mesmo com essas dores
incontroláveis no maxilar e esse vulcão que arde em minha cabeça pronto a explodir. E por mais um segundo, sinto-me o próprio "Frankenstein", repleto de parafusos frouxos. O que me leva a vir até e comentar isso? Seria falta de atenção? Não!!! No limiar de minhas forças, resolvir gritar pois seria bem mais interessante do que acordar meu pai a essa hora da madrugada e ter a situação mais incontrolácel ainda! Seria muito drama de uma vez e com certeza isso me irritaria mais ainda. Talvez eu queira fugir do pesadelo por alguns minutos, mesmo aqui nessa página aparentemente patetica e comum, como todo blog se faz.
Nossa, a sensação é indigna (pause)...! Assistir a força do corpo mais a doçura de sua própria fragilidade prestes a se fragmentarem é como estar aprisionado a um filme de terror na única possível condição de exitência do seu personagem: ser quase uma aberração!

Hora de voltar pra cama.


Salve os mantras! Salve os exercícios de respiração!





***Há um Circo lá Fora ***

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Banho, água e mais Dois Segundos



O dia não me permite lágrimas por mais de dois segundos. Às seis da manhã, o buraco no estômago e vai a primeira leva de dois. O corpo frágil se arruma então, pra um dia inteiro de contas regadas a pingos curtos. Às nove, o disfarce na espera longa de minha vez naquela sessão tortura, ler o jornal com a cara enfiada, mas ninguém percebe mesmo as minhas lágrimas de dois segundos. O trabalho corre seco, fingido de sorriso. E tem a saída, voltar para o ônibus, quando meu motorista pai não pode ir me buscar. Caminho inverso. Outro cobrador, ótimo. Podem-se ir mais dois segundos. O andar arrastado pelas ruas que me fazem pensar nesse choro à prestação, causam meus próximos dois segundos. Comprar comida no nosso varejão, parar em frente ao portão e minha bike não estar lá me surram dois segundos. Abrir a porta de casa e não ter barulho, suspiro. Olhar pra tudo e pra nada, porque tudo foi retirado... Assustado, mais dois segundos. Não comer, não comer, não comer. Banho, água com dois segundos. Ir até a locadora, dois segundos. Andar na pracinha, dois segundos. Não receber telefonema porque o fio tah fora da parede, mais dois segundos. Subir pra sessão tortura novamente vestido de contente, cansa mais ainda. Fazer frio no ponto de ônibus e eu com aquele velho jornal na mão. Pensar em voltar pra casa, dois segundos. Todo o movimento noturno, mais triste sem o sol, a falta da bike, aquele liquido vermelho, a porta trancada, o não-barulho, a cama branca, eu deitado. Finalmente respiro: é a vez das minhas lágrimas mil vezes dois segundos.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Um caminho que me comprime ou (...) Do desejo inquieto parte II



Criados mudos por todos os lados e estranhamente as paredes começam a falar comigo. Alimentos de uma mente perturbada e arrasada, mas ainda sim uma mente sadia em seu mundo perdido. Que vontade imensa de te ver e pegar na sua mão, sabendo que isso seria o maior sonho de minha vida se realizando agora mesmo correndo o risco de receber patadas imeeeeeeeensas!rs...Compridas terras e estradas que separam nosso destino. Eu andando de bike todos os dias. Os "vampiros" querendo ganhar seu dinheiro e eu me perdendo em pequenos intervalos de realidade e devaneios, imaginando e vendo seu rosto em todo o lugar que fixo o olhar. Despertar, os toques do despertador. Confuso. Não. Apenas sonolento. Banho, dentes, café e onibus e o sono novamente. Os dias passam sempre iguais. Mas agora é diferente. Não existe mais a angustia do término rápido da semana. Não existem esperas ou mesmo telefonemas. Sentar no sofa, olhar para o nada e ouvir uma musica do nada. Premios de descanso para um idiota de plantão vinte e quatro horas por dia. Tortura marginal e covarde, para uma vida que passa rápido, porém, natural em seu sórdido ponto de vista. Esperar que as coisas se resolvam sempre é comodo, mas meus comodos estão vazios. Minha disciplina a cada dia cai, tranparecendo uma vasta alma sombria para si mesma,e totalmente caridosa para os demais. Onde foi parar minha alegria? Minha alegria estava em cada sorriso, olhar ou carinho feito pelo passado. Mas o passado é para ser lembrado?Não. Vivo o meu a cada dia tão intesamente, que sou um lunatico vivendo duas vidas. Coisas corriqueiras e normais de se viver. Sou um velho, novo e futuro louco. Capaz de criar risos e uma postura séria, ao mesmo tempo que transformo minha velha e linda roupa em uma bela fantasia de palhaço. Construo meu eu exterior, enquanto meu eu interior clama por uma luz e uma esperança. Esperança de conseguir sair para a vida e se libertar dessa estadia solitária e vazia, como meu copo de vinho do meu exterior. Deus, estou sendo duplo. Duplo como minha postura rude, e ao mesmo tempo politica. Como gosto de ser louco. Seis horas da tarde. Bike ou onibus? Como um ser humano pode sofrer tanto? Nessas horas da vontade de gritar. No meu caso existem duas vontades: uma de gritar e outra de mandar todo mundo ir tomar no cú. Minha lingua coça e clama por coisas estupidas, mas isso não faz parte do meu ser irracional. Meu lado racional eu não sei se existe mais. O instinto, ou como queira chamar, impulso, anda tomando conta da minha vida. Como pode existir tantas diferenças em um unico lugar? O mais estranho é ouvir seu nome em meio ao mundo e não ter niguem que conheça te chamando. Ouvir vozes é uma situação complicada e meus cabelos estão caindo cada vez mais. Que coisa deprimente. Sabe o que acho mais engraçado em tudo isso. Não falei nada com nada e ainda perco meu tempo escrevendo coisas para os outros. Como eu gosto de escrever. E como eu sempre não consigo falar, assim como tenho dificiuldade em escolher titulos, seja para textos, poemas ou canções. Minhas idéias e emoções correm e fluem como águas limpidas de nascentes quando as colocos na ponta de uma caneta ou mesmo nas teclas do computador. Mas as mesmas palavras me traem quando eu as tento colocar para fora com a ponta da lingua. Meu Deus, ainda bem que não saiu nenhuma bosta. Mas o tempo corre e o mesmo tempo passa sem dó. Que horas são mesmo? Hora de mais uma vez eu ligar meu som, colocar um cd e tentar entender mais uma vez por que voce me deixou no escuro e por que tanto tempo já se passou desde a última vez que nos falamos (foi ontem, mas parece que tem uma eternidade). Naquele dia eu não durmi. Estranho como os dias de insonia se tornaram tão mais constantes nesses dias. Deus, as paredes realmente falam comigo. Estaria mais louco? Anjos!!! Me protejam. Que nada, é só mais uma armadilha de minhas estranhas convulsões e efeitos medicinais. Voces devem saber, ervas indigenas, "caboclos de umbanda" e "rezas bravas". Mas a unica constante vem de olhos que talvez não fite mais. Nunca pensei que me tornaria um ser tão pensante em tão pouco tempo. Como minha cabeça pensa. Em termos é bom. Em termos é ruim. Em termos eu nem sei o que é bom ou ruim. Só sei o que sei. Que sou um. Que posso ser dois. E que posso ser um vencedor de uma coisa que não sei se me trará glória. Minhas privações foram enormes em nome de uma guerra que ainda não sei se vou ganhar. Espiritos rondam minha cabeça. Um espirito vivo ronda meus pensamentos diariamente. Meu copo de café está vazio e meus olhos cansados, teimam em ficar aberto. Cacete, onde foi que deixei meus óculos??????? Puta merda, hahahahahahahahaha. Me desculpem, mas eu não uso óculos e sim lentes, porém sem cor, pois meu olhos são lindos por natureza! ahahahahahahahahaha... qual é mesmo a graça nisso? É, vai entender um louco. Um louco "poeta". Um louco roqueiro. Um louco professor graduando em História. Um louco técnico. Um louco louco. Mas ainda sou um louco importante. Ainda sou louco é por voce. Eu sou o Antonio Maurício de cada esquina, querendo beijar o Antônio Fabrício nessa tempestade sem fim. E sou o Bebado de cada bar. Uma conciência coletiva e ao mesmo tempo egoista. Pois a unica mente que tento sintonizar é a sua. Sou o filho e o apostulo de uma biblia que eu mesmo invento. Se não entendeu nada do que escrevi e ainda te dou meus parabéns, é porque eu também não entendi nada e ainda tenho dito que meu caminho pertence a você!

Fluxo de consciencia



Parei esses dias para pensar qual o motivo de estar triste. Sei lá, dizem que eu estou. E eu acho que realmente caí em minhas próprias armadilhas. Aproximei-me tanto, que estou preso e agora tenho que tomar decisões que irão influenciar muito da minha história. Seria sempre bom achar a melhor solução para tudo, mas existem coisas que nós não controlamos e isso traz à tona a incapacidade de lidarmos conosco, nos deixa, de certa maneira, mais frágeis e vulneráveis. Muitas vezes isso não está inerente ao nosso comportamento, às nossas palavras ou às nossas conversas. Está preso no interior das coisas em um lugar que só nós podemos ver, mas porque não tornar público? Pois o medo de errar nos transforma em fantoches e qualquer coisa que possamos nos arrepender ou interromper algo sólido se torna um martírio agudo em nossos dias.Pensar é bom, descomplicar é ainda melhor, mas cuidar de nós mesmos é sempre difícil. “As vezes a boca conta coisas e transformam desconhecidos em inimigos e um olhar, ou palavra em uma faca. Os sentimentos embaralham os julgamentos e fazem de algo desconhecido nosso maior medo”.







quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Nesses dias que nem sei...


Tem dias que nem olho,
porque olhar me doi os olhos.

Tem dias que nem falo,
porque falar me doi a língua.

Tem dias que nem penso,
porque pensar me doi a mente.

Tem dias que nem vejo,
porque ver me doi o sono.




Tem dias que nem sinto,

porque sentir me doi... (?)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Estou sempre entre o sal e o céu. E não sei qual dos dois é mais intenso e me domina. Mas não renuncio aos dias...

Tem dias que temo meu coração. E não creio no seu tempo. Tirando do embornal de acontecidos esta angústia, aflição, este espanto de ausências e faltas. E uma saudade súbita, lírica e tão inadequada aos dias atuais, insistente, o fermento dos inesperados tornando a vida exuberante e farta e, no entanto, limitada. Falta das palavras que não ouço, dos amigos que não vejo e dos que não poderei fazer, das revoluções que nunca conduzirei. Uma incompletude dos abraços que jamais darei e dos que perdi entre os desalinhos da algibeira. É este veio aberto que me toma às vezes, de repente, este desespero de vida e morte, que me rodeia. Esta voz de sentimentos, de tanto por fazer e tão pouco tempo.
A irrealidade preenche meu dias. E esta mudez, não de quem não tem voz, mas a de quem não sabe onde dizê-las. Não a solidão dos sozinhos, não a solidão dos que andam nos rebanhos avessos, mas a dos estrangeiros na própria vida. Sim, eu sou um imigrante de minhas próprias horas. Porque o que carrego não pode ser dito às escancaras, nem gritado na boca dos "corpos" pagos, nos cafés da rua, nos amigos tecidos de vida normal. É palavra de febre só para os que ousam o vôo dos desmedidos, para quem já tenha sentido o peito explodir numa lua distante e teve uma repentina vontade de ouvir o vento varrendo o bambuzal. De quem já cometeu erros e sabe que a vida é puro improviso, uma dança louca sobre o nosso cadáver insepulto. Ah Deus, porque esta vida, esta vida, esta vida, que grita tanto me dizendo que tudo não é bastante. Porque esta noite me revira, esta falta de quem sequer conheço, de quem ainda é apenas futuro e memória. E eu que não caibo mais dentro do meu traçado, a dizer sempre menos e de forma imprópria o que é meu sentido. Eu que não sei de que é composto: benzenos, encantos, raivas, impossibilidades, cicutas, hóstias, absinto, este fogo líquido do meu sangue. O ar é rarefeito, estrelas confessam tremer ao frio, erosões de vontades atravessam as armadilhas dos tempos, as horas estão expostas em carne viva e eu posso apenas doer. E nunca saberei se alguém compreenderá a mensagem nas garrafas atiradas ao acaso, no mar desta noite interminável...



* Clique no texto e goze com a canção.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

muito além...



Não vasculhei a Via Láctea à procura das criações de suas divindades. Nem fiz escolhas. Não orei aos deuses, por suas ofertas. Nem escolhi, propositalmente, o caminho dos vendavais. Não busquei, entretanto, explicações. Nem ouso conjugar renúncias. Temo minha ira. Sei apenas que cumpro as não razões e deixo rebentar em mim a força dos teus pedidos. Sei, ou imagino saber, que sua alma dança um baile imaginário nos limites de sua mente. E, acreditem, não importa o que diziam os antigos navegadores. O mundo não existe muito além daí...



* my music *

***