domingo, 25 de maio de 2008

14






*

É hora de partir, meus irmãos, minhas irmãs
Eu já devolvi as chaves da minha porta
E desisto de qualquer direito à minha casa.
Fomos vizinhos durante muito tempo
E recebi mais do que pude dar.
Agora vai raiando o dia
E a lâmpada que iluminava o meu canto escuro
Apagou-se.
Veio a intimação e estou pronto para a minha jornada.
Não indaguem sobre o que levo comigo.
Sigo de mãos vazias e o coração confiante.



Rabindranath Tagore

Vim por um impulso mais forte do que qualquer coisa que poderia me acometer.


***
Saudades?
Um pouco.
Veio por isso?
Talvez.
Motivo exato talvez nem aja para nenhum acontecimento; mas fico feliz pela
sua vinda.
Vim por um impulso mais forte do que qualquer coisa que poderia me acometer.
Num segundo minhas pernas criaram vida própria e saíram andando exatamente
nessa direção e aqui estou eu.
Realmente fico muito feliz que isso tenha acontecido; por mais que esse
sentimento seja subjetivo creio que você também esteja sentido o mesmo que
eu...Sim.
Creio, também , que podemos ficar aqui sem trocar absolutamente nenhuma
palavra, que mesmo assim, ficaríamos contentes, simplesmente se podemos
assim dizer nos olhando.
Concordo. A relação está mais nos atos do que nas palavras. Por algum
motivo, talvez alheio ao meu querer, não consigo ficar sem dize-las. Não que
eu me sinta desconfortável com isso, mas as palavras tomam essa forma do meu
pensamento e, como agora, digo tudo sem me atrelar aos devaneios. Porém, sou
também gestos e emoções, assim como tal.


M.zerk

sábado, 24 de maio de 2008

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Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem
sem fatalidade
o olhar extático da aurora.




Vinicius de Moraes*

quinta-feira, 22 de maio de 2008

minha roupa


"...O teu perfume preso à minha roupa é um lento veneno
nos dias sem ninguém - longe de ti, o corpo não faz
senão enumerar as próprias feridas; e o rosto
espia os espelhos à espera de que a dor desapareça.

Se me abraçares, não partas. "

quarta-feira, 21 de maio de 2008

meu ser


"Tentei despir-me de ti como dispo um vestido.

Mas tu não cobres apenas a minha pele

Cobres-me a alma, o coração,

Revestes todo o meu ser

Ajudas-me a respirar."


Estou cansado do inexistente,do que não é real e quanto mais conheço os homens mais me apuego à minha arte e aos meus cachorros!!!

terça-feira, 20 de maio de 2008

Poema nascido de um abraço guardado para Harmmon


Se instala uma dormência profunda
Causada por tua ausência de mim
E, em meu corpo, desejo inunda,
Desejo de, nesta ausência, pôr fim.
Mas e o que eu faço para acabar com isto?
Não há mérito no que quer que eu faça!
Pois, como fazer para te merecer?
Não tenho teus olhos nos meus olhos,
Nem mesmo teus lábios nos meus lábios.
O que meus braços envolvem é ar!
E minhas pernas não trançam nas tuas
Na antiga carícia de amar.
Ah! Como é doce gostar-te e querer-te,
Mas amargo desejar-te e não ter.

Poema nascido de um abraço guardado para Harmmon

segunda-feira, 19 de maio de 2008

A espera



Esperar...

É dormitar em um casulo,

Vislumbrando

A possibilidade

Do vôo.

É estar

Grávida de talvez,

De um eterno vir-a-ser.

Assim estou,

Assim espero você.

Amanhã





Eu sem dono.

Eu sem sono.

Na noite escura, vazia.

Nos becos de mim, escondo segredos...

- Que medo! – o medo do fim,

Assim, sem dono, sem sono.

Os muros do passado

Pesados, pisando em mim...

E eu assim,

Sem dono. Que dono!?

Quero o sono, sim.

Quero o sonho

Na noite vazia.

Para acordar feliz

E esquecer que não sou.

Que estou sem dono, sem sono,

Na noite escura de todos os dias!


Vânia Scimenon

Porto seguro





Em teu colo repouso em sono tranqüilo,

Princípio de paz que acorda o meu dia.

Rege os momentos em que só me deixas.

Vive dançando em tua companhia.


Um vôo alçastes sem meus olhos alcançar!

Asas ávidas de um destino além,

Aquém da minha vontade. Saudade!...

Ricas flores de um amor crescente.


Urgente de mim voltastes a tempo

Para beijos e abraços de laçar a alma.

E calma tua voz passeia,

Acalma os tormentos que o sol me causa.

Em teu colo repouso em sono tranqüilo,

Princípio de paz que acorda meu dia!

Vânia Scimenon

sábado, 17 de maio de 2008

"Tentei despir-me de ti como dispo um vestido.

"Tentei despir-me de ti como dispo um vestido.

Mas tu não cobres apenas a minha pele

Cobres-me a alma, o coração,

Revestes todo o meu ser

Ajudas-me a respirar."

Natalie Merchant

quarta-feira, 14 de maio de 2008

sou fiel aos hábitos...tú aos mistérios!!!

***PARA QUE FIQUE***

A certeza vela atrás de um muro
ou dorme num poço
onde nada se escuta ou avista.

Sempre que partes, morro um pouco
por não saber se retornas.
Minhas mãos doem de tanto abrir-se
para que vás tranqüilo.
Só assim hás de querer estar comigo:
sem que eu insista.


"LYA LUFT"

Fingir que te deixo livre
é um jeito egoísta
de amar.



Padeço nessa solidão
testemunha de meus sofrimentos
ciente do meu desalento
das saudades que me machucam
profundamente...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Só mais um dia(?)


Estou tentando não me perder nos meus dias e esse horizonte logo à minha frente não se dispõe mais.Acordei com vontade de algo que nem eu sei e isso me perturbou durante o dia inteiro me fazendo estar inquieto mesmo sem conseguir fazer nada do que queria,a cama e os controles foram únicos,cumplices de uma tormenta incompreendida.Meg me diz que não devo parar nunca,que devo aproveitar tudo até
que o sono me derrube e prontamente tento enforcar meu tédio(e tenho
me saído bem eu acho)Andei fazendo e dizendo besteiras,passando por cima
de meus pricípios e me senti péssimo por fazer o que eu não gostaria que
fosse feito comigo.Palavras as vezes são piores que alguns atos e alguns atos são
tão catastróficos que nenhuma palavra é capaz de reverter casos.E o que fazer para
manter a calma e o respeito pelo próximo que mora logo alí,bem pertinho,num canto
mega especial do meu coração(por mais que o tal não acredite)e que estará aqui eternizado da forma como encontrei para faze-lo.

***

M.Zerk

ARSÊNICO





ARSÊNICO

Enxugo a lágrima,
Sinto o molhado, quente.
Uma fera corrompendo
Uma alma que não sente.

Só vejo uma saída
Em mim badala um sino
Não há inocência. E vida?
Morre meu eu menino.

Serei mais um putrefato.
Serei mais um alimento.
Serei só mais pó na Terra.
Acho aqui um acalento.

Mordo o lábio, não.
Chorar, não hei de chorar!
Volto a terra, ao chão,
De onde não vou mais levantar.

O pote convida, é belo.
Parece puro, cristalino.
E calmo, líquido, límpido!
E em breve será meu hino...

Olho, suspiro...

E bebo!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Venham!Venham!Há um circo lá fora!



Venham!Venham!Há um circo lá fora,
ele nos espera para um dia melhor!


Maurício Zerk

Cansaço


...Sei que chovo no molhado, mas nunca é demais repetir que essa magní­fica obra da evolução, nós, seres humanos, certamente não temos entre nossas qualificações maiores e melhores o assassí­nio, o genocí­dio, o extermí­nio, a tortura, o golpismo, o preconceito, a intolerância, a malandragem, a ladroagem, a corrupção e, com seu perdão para o termo chulo, toda essa “escrotidão” perpetrada por determinados representantes da raça humana (-a única que existe, pois o resto é etnia).
Sempre me pego repetindo que Cora Coralina e Freud, cada qual à sua maneira, diziam que fora o amor e o trabalho, não existe nada mais de importante na vida.
Pena que a sociedade em que vivemos -ou melhor, o sistema que a rege- dê valor às coisas sem valor verdadeiro. A sociedade de consumo é uma armadilha para aprisionar idiotas.



quinta-feira, 8 de maio de 2008

No início Deus criou o céu e a terra e fez o homem à sua semelhança!



QUEM VAI EXPLICAR?

Vidas Arrancadas




Ressuscita-me
Por que o belo ainda me acompanha;
E a juventude ainda me cheira.
Por que ainda quero viver o que me cabe na vida.

Ressuscita-me
Por que sei que ainda tenho forças, todavia consigo caminhar...
E meus olhos podem ver, minhas mãos e pés ainda não se calejaram.

Ressuscita-me
Por que minha pele é clara e não foi queimada pelo sol...
Ainda tenho corpo um menino.

Ressuscita-me
Por que preciso viver!
Pois quero é morrer de amar, todavia nem me apaixonei!
Ressuscita-me para amar a vida que me cabe viver.

Sklmwsky

terça-feira, 6 de maio de 2008

***

Apetece-me um lugar onde me possa comover, uma janela para o (teu) mundo,
onde possa chorar a alegria de te ver.
De olhos despertos para um coração desmantelado.
Preciso arder contigo, quero o teu rosto junto ao meu, outra vez.
Numa dança qualquer. Deixa-me afogar na doçura deste erro.
E desculpa (esta insistência cega que geme baixinho) se te levo comigo.

domingo, 4 de maio de 2008

devaneios


Hoje foi um turbulento domingo de ansiedades e
que me levaram a um certo desingano
de sentimentos.Resolvi suspender todos os meu afazeres(letras,
ensaio,almoço,o quarto...)precisava me entregar por algumas
horas ao meu auto-conhecimento e descobrir neste processo de minimização
das condições adversas,aceitação para tantos devaneios ligados à amizade.
Confesso que sou extremamente protetor e por exagerar na pratica desta qualidade ou talvez defeito,me coloco muitas vezes como cúmplice de várias situações
que circulam a vida de pessoas que me cercam e que classifico como amigos.
Já chorei por ver amigos partindo,já briguei por ter sido fiel,muitos sairam de
minha vida,mais vi que logo chegam novos e a vida é assim mesmo,um ir e vir
sem razão(ou quase sem muitas razões)


Zerk

sexta-feira, 2 de maio de 2008

*CAPTURA*




*CAPTURA*



Quisera eu regressar no tempo
Até o instante de tua partida
Prender-te em meus braços
Com laços de aço
Cercar-te de mim pelo resto da vida
Tentar impedir tua fuga insegura
Quisera ter feito tamanha captura
Mas minha vida está cheia de rosas
Brancas, vermelhas ou mudas
A perda me envolve com a dor da ruptura
O solo que morre, o Sol que se afasta
As flores queimadas, é o fim da procura
A mão que me afaga me aperta a garganta
E o riso sintético esconde a loucura.




Eduardo Barcellos Penteado

pessoas incomparáveis."

"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem, por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

( Fernando Pessoa)




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